'Enfim descanço
no meio fio cinzento da vida
olho através da vidraça já velha
e meus pobres olhos cansados (de tantas vidas)
admiram no horizonte os sonhos que se vão
as lembranças que se vão
embaladas no ensurdecedor som do 'silêncio.
Enfim descanço'
com o peito já dormente da falta de você
e na velha vidraça, vejo um sorriso de fumaça
se desfazendo feito o ar que me consome
e já cansada da ardua tarefa do 'descanço
olho na última tentativa de encontrar você.
Em vão... outra vez em vão.
Enfim 'descanço
já não quero pela vidraça respirar essa vida
pois sei que aqui sou eu, e serei eu mesma sempre
e o último olhar que lanço na vidraça
não vejo nada além deste 'reflexo
triste, cansado e completamente perdido...
Enfim descanço, na infatil certeza
que depois da tempestade o sol sempre vêm
então devo continuar a olhar pela vidraça
esperando a da luz vida, o clarão da vida
esperando a nossa vida, a minha vida
esperando você.' D.O.
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